Por: Igor Arendt Ramos, Michel Prado e Rafaela Cortes
Há mais de 13 mil pessoas diagnosticadas com HIV e/ou Aids em Curitiba, de acordo com dados divulgados em 2015 pela Prefeitura do município. O que mudou no cenário da capital, nos últimos anos, é que a incidência da doença entre heterossexuais tem aumentado em maiores proporções do que entre os homossexuais, fazendo com que as taxas entre os dois grupos se assemelhem.
Os dados indicam que, em 2014 (ano com as estatísticas disponíveis mais recentes), havia 296 casos confirmados entre a população gay e 336 entre os heterossexuais - confira mais dados no infográfico ao lado.
Dentro dos bairros, os infectados se distribuem de forma uniforme, com pouca variação de uma região para outra. No entanto, as maiores concentrações da doença por parte do sexo masculino estão em Matriz, Portão e Boa Vista. Entre as mulheres, a aglomeração se dá em Cajuru, Pinheirinho e Boa Vista.
Veja, abaixo, um mapa com detalhes da distribuição da doença pelas regiões da cidade
Há mais de 13 mil pessoas diagnosticadas com HIV e/ou Aids em Curitiba, de acordo com dados divulgados em 2015 pela Prefeitura do município. O que mudou no cenário da capital, nos últimos anos, é que a incidência da doença entre heterossexuais tem aumentado em maiores proporções do que entre os homossexuais, fazendo com que as taxas entre os dois grupos se assemelhem.
Os dados indicam que, em 2014 (ano com as estatísticas disponíveis mais recentes), havia 296 casos confirmados entre a população gay e 336 entre os heterossexuais - confira mais dados no infográfico ao lado.
Dentro dos bairros, os infectados se distribuem de forma uniforme, com pouca variação de uma região para outra. No entanto, as maiores concentrações da doença por parte do sexo masculino estão em Matriz, Portão e Boa Vista. Entre as mulheres, a aglomeração se dá em Cajuru, Pinheirinho e Boa Vista.
Veja, abaixo, um mapa com detalhes da distribuição da doença pelas regiões da cidade
Cidade busca oferecer atendimento e reduzir índice de carga viral
Os planos de Curitiba para o tratamento da doença são baseados no acordo que a Prefeitura firmou com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), que propõe a aceleração do tratamento da patologia.
As metas são de que, em 2020, 90% dos infectados conheçam o próprio diagnóstico, que 90%
deles já estejam em tratamento e que 90% destes se encontrem com a carga viral indetectável (inferior a 40 cópias/mL), quando não é mais possível que o paciente transmita a doença para outra pessoa. Já para 2030, esse valor deve crescer para 95%.
Para isso, a Prefeitura, em parceria com diferentes Organizações Não Governamentais (ONGs) curitibanas, age em dois projetos que promovem prevenção, diálogo e detecção da doença – que, segundo dados, ainda ocorre predominantemente em estágios mais avançados.
A abordagem mais eficiente, no entanto, é aquela feita na rua, afirma o voluntário e diretor de saúde da ONG Grupo Dignidade, Luís Fernando Pisttori. Foi por meio dessas ações que Pisttori descobriu que justamente no grupo em que mais há resistência ao diagnóstico – formado por homens, brancos e heterossexuais – são os que se sentem menos vulneráveis à infecção.
“A partir do teste de fluido oral, que é feito para a testagem da população jovem de 14 aos 27 anos, nós temos um questionário-base. Nesse documento, a gente vê que a maioria das respostas dos heterossexuais é de que nunca fez o teste na vida, não procuraria diagnóstico e não usa camisinha porque o parceiro é fixo”, relata o voluntário.
Preconceito dificulta andamento de projetos
De acordo com Pisttori, os projetos já existentes contam com grande potencial de impacto devido às tecnologias investidas pelas secretarias de saúde municipais e estaduais. Entretanto, nada disso pode ir adiante, segundo ele, se não for combatido o preconceito à comunidade LGBT, que ainda é muito ligada ás ideias de “peste gay”– título de uma reportagem publicada no jornal Notícias Populares, em 1983.
“Infelizmente, a gente ainda tem servidores públicos que são homofóbicos e que praticam a LGBTfobia. Eles não reconhecem que a Aids não é uma doença segregacionista; é uma doença que atinge a todas as pessoas”, lamenta o ativista.
Como exemplo do preconceito inserido nas instituições de saúde, a Portaria nº 2.712/2013, do Ministério da Saúde, impedem os homossexuais de doar sangue no Brasil, mesmo que se tenha um parceiro fixo por mais de 12 meses.
O grupo Igualdade Na veia provou a barragem de um homossexual no atendimento do Hemocentro da região central de Curitiba, há cerca de um ano, e retratou a situação em vídeo. Confira abaixo: